"No Topo Do Mundo Ou nas Profundezas Do Desespero..."
Goethe
Por mais que eu tente, ou fale, não consigo deixar de olhar para trás e sempre me pergunto – “O que será que aconteceu comigo?”.Ás vezes me sinto como um astro de Rock, que já fez muito sucesso (não que eu seja famosa) e por não agüentar as pressões e mudanças, acabou sucumbindo no meio do caminho.
Não estou exagerando, sempre fiz de tudo, e como meus pais me ensinaram, sempre quis ser a melhor, mesmo que fosse em um jogo de futebol de botão. Eu me esforçava, tinha vitalidade, coragem, era determinada e acima de tudo era perseverante, o que me fazia seguir até o fim.
O meu único problema, e ele era bem grande, é que eu não era muito sociável, vivia para obter bons resultados e falhar em algo, pra mim, era o fim do mundo, isso me distanciava cada vez mais das outras pessoas e também dos meus pais.
Como existem certas coisas que nós não superamos sozinhos, um dia eu não agüentei mais e tentei acabar com tudo, fui covarde e egoísta, o mais incrível é que até aquele momento, eu era feliz, ou pelo menos acreditava ser e isso me fazia ir longe.
E claro, se eu escrevi isso, hoje, não é porque alguém psicografou e sim, porque eu tive outra chance (eu gosto de pensar assim), chance para tentar tudo novamente, talvez melhorar algumas coisas, chance de poder me abrir mais com meus pais e isso sim, foi muito bom, mas eu perdi também, perdi o controle sobre mim, sobre minhas emoções, já não tenho tanta coragem, desisto fácil das coisas.
Eu já não consigo me encontrar, e isso acaba um pouco comigo a cada dia, não gosto desse pensamento derrotista e da pessoa amarga que me tornei, não posso culpar ninguém por isso e agora vejo que aquilo que eu sempre repetia para todo mundo, também se aplica a mim:
- “A gente vive o que a gente escolhe”
Todos os dias eu penso em como consegui chegar nesse estado, é tão ridículo que eu sinto pena de mim, sou muito diferente do que eu era, agora eu não termino nada, desisti da faculdade duas vezes, não trabalho, e já não me recordo de muita coisa, porque com tudo isso, só o que eu consegui pra mim, foi ficar com a saúde delicada e por tomar tanto remédio, tenho começado a “falhar”.
É evidente que eu tenha mudado, sinto que sou uma bomba relógio e sempre tem que ter alguém por perto para me desarmar, como eu fiquei assim? Eu não sei, ou talvez eu saiba a resposta, mas tenha muito medo de enxergá-la.
As chances foram feitas para serem aproveitadas e infelizmente, como eu escolhi me encolher e desistir, não tenho aproveitado as minhas.
E como hoje é o dia do meu aniversário e o NATAL está chegando, eu fico mais animada, na esperança de mudar, mas claro, isso nunca vai acontecer se não partir de mim.
E eu estou cansada de me sentir assim, sempre negativa.
